A TRADIÇÃO PRIMORDIAL E OS TEMPLÁRIOS
Os templários eram os fiéis guardiões da Tradição Primordial, expressa pelo Culto ao Santo Graal.
Tradição que vem desde a velha Atlântida e preservada durante milhares de anos nos Templos e Confrarias do Egito, da Índia, do Tibete, etc.
Os templários tinham as suas raízes na Igreja de Roma, por isso mesmo conheciam bem os segredos e fraquezas dessa instituição, talvez estando nisso a origem da sua supressão com a anuência do papa Clemente V.
Os templários, como defensores da Tradição Primordial ou do Pacto Universal, visavam a restauração da Sinarquia, e eram também, segundo alguns Iniciados, os fiéis depositários da Arca da Aliança, firmemente vigiada pelo Rei do Mundo ou o Velho da Montanha e os seus assacis.
Arca que continha em seu bojo as medidas áureas que possibilitaram a construção das catedrais canónicas que capitalizaram para o Ocidente as Energias Cósmicas de natureza construtiva, o que possibilitou o grande salto evolucional da Europa a ponto de ali se estabelecerem as bases onde a 5.ª Raça-Mãe Ariana pôde florescer e cumprir a sua missão.
Segundo alguns autores ilustres, também os cátaros participaram do processo evolucional como os últimos guardiões europeus dos Mistérios do Graal.
Os templários, por certo, foram bafejados pela Proteção Divina, mesmo no terreno temporal, e daí tornarem-se praticamente os senhores dos tesouros materiais do Mundo Ocidental, chegando a possuir a frota europeia de navios, a construírem estradas em todo o continente e desempenharem o papel de banqueiros à escala internacional.
Tudo isso despertou muita inveja.
A supressão dos templários e dos cátaros, que eram quem mantinham a paz entre os povos do Ocidente, gerou uma série de conflitos que perdurou durante duzentos anos prejudicando sobre o modo e a evolução que deveria transcorrer em paz e harmonia, pois é Lei bem certa os valores espirituais não poderem florescer em ambiente de ódios e guerras.
Enquanto perdurarem esses estados caóticos entre os povos, por certo o dito Reino de Deus não passará de um mito inatingível.
As Ordens Iniciáticas tinham como meta principal a criação dos Estados Unidos da Europa.
Esse objetivo era um dos maiores segredos da Idade Média, onde ainda não existiam os Estados Nacionais como hoje os conhecemos.
Cada feudo tinha por dignitário um senhor barão todo-poderoso.
Assim, tinha-se que começar por criar os Estados Nacionais para depois reuni-los numa Confederação Internacional, o que teria evitado mil anos de guerras fratricidas e a História teria dado um salto gigantesco em termos de progresso material e espiritual.
Contudo, a Natureza não dá saltos…
RESTAURAÇÃO DA TRADIÇÃO PRIMORDIAL
O que os templários visavam, bem assim como os Iniciados de todas as épocas, era restaurar a verdadeira Religião-Sabedoria, entretanto sepultada por dogmas irracionais e anticientíficos que obscureciam a Mente do Homem retardando-lhe a sua evolução espiritual.
Manethon de Sebennytos, sacerdote egípcio do século III a. C., já em seu tempo dera-se ao trabalho de realizar o levantamento da História Egípcia a partir de Menés, indo constatar que há quase sete mil anos atrás existiu uma poderosa civilização onde imperou a Sinarquia.
Os livros das bibliotecas da antiga Índia, do Tibete e da China milenar, falam-nos de uma Era de Ouro com o Poder Divino atuando diretamente na vida dos povos.
Para restaurar essa condição, os templários e todos aqueles que lutavam pela reconquista da liberdade não deixaram de enfrentar o deplorável estado de sectarismo religioso cujo pesado obscurantismo, escondido atrás da máscara teológica, cerceava feroz qualquer movimento no sentido do progresso em que campo social fosse.
Para que a verdadeira Sabedoria Divina não prevalecesse, uma campanha sistemática, que já durava há séculos, era alimentada por mentes doentias para que as trevas anulassem as luzes do Passado com isso afetando, por consequência, o Futuro.
Bibliotecas inteiras foram incendiadas, papiros queimados, monumentos arqueológicos destruídos.
Contudo, para apagar completamente o rasto luminoso da Sabedoria dos Deuses, também ter-se-ia que acabar com as escrituras sagradas dos Vedas, dos Puranas, das escrituras esotéricas de todo o Oriente e do que sobrou da antiga Grécia e mesmo de Roma.
Para Saint-Yves d´Alveydre, não se pode esconder a Verdade para sempre. Diz ele:
“Não se pode mais ensinar que o Universo tem seis mil anos, não se pode mais atribuir essa infantilidade primária ao ativo de Moisés, quando se encontra reportado nos livros sagrados da Índia que o sétimo Período Manúsico, o sétimo Ciclo Interdiluviano aconteceu quarenta séculos antes dessa data.
Vinte século antes desses seis mil anos, reinou o último soberano negro da Índia, o Rawhon Daçaratha, imperador indiano de quem os Pha Rawhons do Egito, da Pérsia, da Fenícia e da Taurida não eram mais do que vice-reis.
Daçaratha foi destronado pelo Manu Rama, o líder da emigração celta vinda da Europa Ocidental.
Daçaratha era o quinquagésimo quinto monarca solar desde Ikshakou, o primeiro colonizador vermelho da Índia.
Nessa época, esse soberano encontrava-se à frente de uma imensa civilização remontando a quase seiscentos séculos antes da data pretendida pela Bíblia para a Criação, vendo-se coroados os chefes das duas Ordens Sociais instalados, oito mil e quinhentos anos antes do momento em que escrevo estas linhas, em duas cidade colossais: Ayodia, metrópole da Dinastia Solar, cujo diâmetro era de sessenta quilómetros, e Pratishtana, sede da Dinastia Lunar, construída na mesma proporção.
O nome do Deus Supremo desse Ciclo, Ishwara, Esposo da Sabedoria Viva, da Natureza Naturante, Prakriti, era o mesmo que Moisés inferia, quase cinquenta séculos depois, da tradição caldaica dos Abramidas e dos Santuários de Tebas, para dele fazer o símbolo cíclico do seu movimento: Ishwara-El ou Israel, isto é, o Espírito Real de Deus.
Como fogo sob cinzas, as centelhas da grande lareira da antiga Aliança Universitária da antiga civilização ante-abramida e pré-mosaica ainda subsistem, mais ou menos obliteradas, no pensamento dos sacerdotes brahmanes, tibetanos e budistas, como no dos guebres dos letrados chineses, dos sacerdotes japoneses, dos xamãs tártaros, etc.
Das duas uma, ou o Cristianismo é capaz de suportar e sintetizar cientificamente esses tesouros da antiga intelectualidade, ou forçosamente se afogará.
Mas até agora a nossa civilização, longe de estar em sintonia com a inteligência e a alma dos seus irmão mais antigos, pelo contrário, tenta destruí-los e sombreá-los continuamente.
Mais bem informados do que os europeus sobre a Ciência das coisas divinas e menos ignorantes que eles sobre a História Real do Mundo, os sábios asiáticos, ligados de um modo mais ou menos consciente ao antigo Ciclo, jamais admitirão o nosso exoterismo judaico-cristão tal como os nossos missionários lhes apresentam, nem, dentre outras coisas, a sua cronologia, que Jesus teria destruído com um sorriso, Moisés com um franzir do cenho e os Abramidas com um desdenhoso movimento dos ombros.
Ora, o nosso espírito científico atual parece-lhes marcado com um carácter bestial e não humano, muito menos divino.
Sim, é essa Besta que eles vêem blasfemando, dissociando com ódio e com loucura os membros da Humanidade, usando e destruindo com diletantismo todas as energias dos povos, todas as forças do planeta.
É o destino mais bárbaro, e não a Providência, que lhes aparece sobre o trono dos nossos soberanos, sob a palma dos nossos sábios oficiais, sob o fraque da nossa diplomacia, atrás da espada dos nossos homens de guerra e do balcão de nossos financeiros, no papel dos nossos acordos de Estado e no Moloch industrial servido pelos nossos engenheiros.
A Europa, por sua constituição diplomático-militar com a qual está armada, elabora a sua própria destruição e a de todos, assim como toda a sua organização aponta ao planeta inteiro os símbolos da aniquilação universal.”
FONTE:
Comunidade Teúrgica Portuguesa
Caderno Fiat Lux n.º 33
Roberto Lucíola
‘’O Caminhar e lento... não se apresse, pois o único luguar
que tens que chegar é a ti mesmo’’.
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